segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Assistência de enfermagem ao paciente

Assistência de enfermagem ao paciente portador de doenças cardiovasculares.
Enfermeira- Misseleide Mota da Silva
                         O coração humano 
O coração é o órgão central da circulação, localizado na caixa torácica, encontra-se levemente inclinado para esquerda e para baixo (mediastino).
O coração é constituído por duas porções: A metade direita, onde circula o sangue venoso e a metade esquerda onde circula o sangue arterial. 
                   Câmaras cardíacas
Cada uma das metades do coração é constituída por duas cavidades.
Câmara superior- Aurículas ou átrios
Câmara inferior- ventrículos
Estas câmaras comunicam entre si pelos orifícios auriculoventriculares.
As duas aurículas encontram-se separadas pelo septo inter auricular e os dois ventrículos pelo septo interventricular.
Na cavidade atrioventricular esquerda encontra-se a valva mitral e no orifício atrioventricular direito a valva tricúspide.
São valvas que se abrem em  direção aos ventrículos e se fecham para evitar  refluxo sanguineo 
O coração é um órgão muscular que funciona como uma bomba impulsionando o sangue, no ser humano tem o tamanho aproximado de um punho fechado.
A circulação sanguínea é assegurada pelos batimentos cardíacos , ou seja, os batimentos cardíacos, são eles quem promove o lançamento de sangue nas artérias.
O coração está envolvido pelo pericárdio, um saco menbranoso composto por duas camadas.
Entre essas duas camadas acha-se um espaço que contem um liquido seroso com a função de lubrificar o coração protegendo-o de traumas e atritos. Separa o coração dos pulmões e das paredes do tórax
                Paredes do Coração
A parede do coração propriamente dita consiste de três camadas:
Epicárdico - Camada mais externa e lisa;
Miocárdio – é a camada muscular média, espessa; responsável pela ação de bombeamento cardíaco. É capaz de trabalhar ininterruptamente.
Endocárdio – é a membrana que reveste o interior do coração, entra em contato com o sangue.  

       Sincronismo cardíaco
O sincronismo cardíaco atua como se fossem duas bombas trabalhando simultaneamente. Uma das bombas engloba o átrio e o ventrículo direito e a outra o átrio e o ventrículo esquerdo.
A função do átrio e do ventrículo direito é arrastar o sangue para os pulmões, onde ocorre a hematose, por outro lado o átrio e ventrículo esquerdo têm o trabalho de arrastar o sangue enriquecido de oxigênio para todas as partes do corpo.
                       Pequena circulação
O sangue venoso do ventrículo direito é bombeado para as artérias pulmonares pela sístole ventricular. Desta maneira este sangue atinge os capilares dos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas. Daí, agora arterial ele retorna ao coração pelas veias pulmonares chegando ao átrio esquerdo. 
                      Grande circulação
O sangue arterial do ventrículo esquerdo é bombeado para artéria aorta pela sístole ventricular. Desta maneira este sangue atinge os capilares dos tecidos de todo organismo, onde ocorrem as trocas gasosas e metabólicas.Daí agora como venoso ele retorna ao coração pelas veias cavas superiores e inferiores, chegando ao átrio direito
                    Distúrbios Cardíacos
Trata-se de uma síndrome clínica, comumente caracterizada por episódios de dor ou pressão na parte anterior do tórax.    
                                 Etiologia
Em geral, a angina é causada por uma doença aterosclerótica. De maneira quase invariável a angina esta associada a uma obstrução significante de uma artéria coronária importante.
O fluxo sanguíneo  insuficiente resulta em um aporte diminuído de oxigênio para satisfazer a uma demanda miocárdica. 
       FATORES ASSOCIADOS À TÍPICA DOR ANGINOSA
Esforço físico, que pode precipitar uma crise por aumentar as demandas miocárdicas de oxigênio.
Exposição ao frio, que pode provocar uma vasoconstricção e com isso aumento na pressão arterial, a qual vai aumentar a demanda de oxigênio. 
        Fatores associados à típica dor anginosa 
Ingestão de refeições pesadas, o que aumenta o fluxo sanguíneo para a área mesentérica para realizar a digestão, reduzindo assim o aporte sanguíneo disponível para o músculo cardíaco.
Em um coração gravemente comprometido, o desvio do sangue para a digestão pode ser suficiente para induzir a dor anginosa.
Estresse ou qualquer situação geradora de emoção, causa liberação de adrenalina provocando o aumento da pressão arterial, o que pode acelerar a freqüência cardíaca e dessa maneira aumentar a carga de trabalho miocárdica
              MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O suprimento sanguíneo inadequado pode levar a isquemia do músculo cardíaco, produzindo dor ou outros sintomas, variando desde uma sensação de indigestão até a sensação de sufocação ou peso na parte superior do tórax, a qual vai desde a dor agonizante acompanhada por apreensão intensa e uma sensação de morte eminente
            Características  da dor
Com freqüência a dor é sentida no tórax, atrás do terço médio ou superior do esterno (retroesternal).
Tipicamente a dor é mal localizada e pode irradiar-se para o pescoço, mandíbula, ombros e face interna do braço, apresentando uma qualidade insistente e duradoura. 
              DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de angina é freqüentemente feito ao avaliar as manifestações clínicas da dor e a história do paciente.
Alterações no ECG
Eco cardiograma
Teste de esforço (monitoração cardíaca)
Procedimentos invasivos (p. ex: cateterismo cardíaco, angiografia das artérias coronárias)
                      TRATAMENTO
Os objetivos do tratamento médico da angina, consiste em diminuir as demandas de oxigênio do miocárdio e aumentar o suporte de O2.
De modo geral, isso pode ser conseguido com a terapia farmacológica, administração de oxigênio e controle dos fatores de risco
                   Oxigeno terapia
A terapia com oxigênio é usualmente indicada no começo da dor torácica, com o objetivo de aumentar a quantidade de oxigênio fornecida ao miocárdio, levando a diminuição da área isquêmica e da dor.
                  Terapia  farmacológica
São utilizadas a nitroglicerina (Tridil)
Bloqueadores beta adrenérgicos- Reduz o consumo miocárdio de oxigênio, assim diminui a isquemia e alivia a dor.
Antiplaquetários ( AAS)- reduz o agrega mento de plaquetas
Anticoagulantes- Reduz a coagulação sanguínea
                ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Manter o paciente em repouso no leito, ambiente calmo;
Administrar O2 de acordo  prescrição médica;
Punção de acesso venoso calibroso;
Administração de analgésico e medicamentos prescritos;
Controle rigoroso de SSVV
Vigilância constante da equipe
           Distúrbios cardíacos
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Distúrbio cardíaco caracterizado pela irrigação sanguínea inadequada, provocada pela oclusão dos ramos da artéria, ocorrendo como conseqüência um desequilíbrio entre o suprimento e a demanda de oxigênio do miocárdio com necrose do tecido nesta área
                         ETIOLOGIA
As causas que provocam a diminuição do fluxo sanguíneo coronariano são:
Obstrução por aterosclerose ou embolia arterial;
Hemorragia
Quadro de choque (ex: choque hipovolêmico)  

             Principais Fatores de Risco
Histórico de doença coronária na família;
Idade mais avançada;
Aumento da taxa de colesterol;
Hipertensão arterial;
Diabetes mellitus;
Tabagismo;
Obesidade;
Vida sedentária.
                 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sinais e sintomas característicos do IAM são:
Dor intensa, constritiva na região retroesternal ou epigástrica, com ou sem irradiação, não relacionada ao esforço;
Sudorese intensa, pele úmida e viscosa;
Palidez, sensação de mal estar;
Estado de ansiedade, inquietação e opressão;
Vertigem, confusão mental, devido a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral;
Náuseas e vômitos;
Dispnéia, taquicardia ou bradicardia e hipotensão arterial.        

           DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de IAM, baseia-se na história da doença atual;
Alterações no traçado do ECG;
Alterações no resultado de exames laboratoriais p. ex: valores seriados de enzimas sérica.
(CPK – CKMB)
             OBJETIVOS DO TRATAMENTO
Visa prevenir a morte súbita, melhorar o fluxo sanguíneo das áreas isquêmicas do miocárdio, evitar a necrose miocárdica.
Aliviar a dor, prevenir e combater as arritmias, choque ou insuficiência cardíaca e os acidentes tromboembólicos, visando a reabilitação do paciente
               TRATAMENTO
Diminuir o trabalho do miocárdio pelo repouso absoluto nas primeiras 72 horas e relativo a seguir;
Dieta líquida passando a branda e após livre de acordo com a evolução do paciente;
Diminuir a dor e a ansiedade pela administração de analgésicos opiàceos (morfina, meperidina) e tranqüilizantes;
   Combater as arritmias administrando-se lidocaína, sem adrenalina por via EV;
Melhorar a oxigenação através da administração de O2;
  Evitar complicações tromboembólicas, administrando anticoagulantes via EV, para evitar a formação de novos trombos e dissolver os já existentes ou agentes fibrinolíticos (Streptoquinase, administrar até seis horas após o inicio da dor);
Melhorar a irrigação de miocárdio por meio dos vasodilatadores (isordil, persantin, adalat);
Evitar ou combater a insuficiência cardiaca por meio dos digitálicos (digoxina, cedilanide)
Diminuição da placa de ateroma que obstrui a artéria , por meio da angioplastia
                    ANGIOPLASTIA
Procedimento invasivo que consiste na introdução de um cateter provido de um balonete em sua ponta que após ser  insuflado causa a desobstrução da artéria.
Nos casos em que ocorre a existência de vasoconstricção, após a desobstrução, recomenda-se implantar o stent que é uma malha metálica que mantém a luz da artéria aberta e com a circulação normal
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Revascularização miocárdica por meio de cirurgias como:
PONTE DE SAFENA-
Enxerto da veia safena na artéria coronária afetada;
ANASTOMOSE MAMÁRIO-CORONÁRIA- 

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